sábado, 13 de novembro de 2010

Ela tinha dois no coração: Um por convivência , o outro por uma recordação ...



... E então o significante vazio que havia na minha vida antes - antes dele

trazer um pouco de razão pra dentro dela - voltou e me confrontou
A solidão apertou minha garganta.
Seria assim tão errado fazer ele feliz? Mesmo que o amor que eu

sentia por ele não fosse nem um eco fraco do que eu era capaz,
mesmo que o meu corações estivesse distante, vagando e
lamentando pelo meu Romeu fujão, seria assim tão errado?
Mas será que eu podia fazer isso? Será que eu podia trair meu
coração ausente só pra salvar minha vida patética?
O amor verdadeiro estava perdido pra sempre. O príncipe nunca mais

ia voltar pra me beijar e me acordar do meu sono encantado. Eu não
era uma princesa, afinal. Então qual era o protocolo dos contos de
fadas contra outros beijos? Ele eram de uma espécie mundana que
não quebravam nenhum feitiço?
Talvez isso fosse fácil - como segurar a mão dele ou sentir os braços
dele ao meu redor. Talvez fosse uma sensação boa. Talvez eu não me sentisse como uma traidora. Além do mais, quem eu estava traindo,
afinal? Só eu mesma.
Mas eu sentia que ainda havia uma coisa pra procurar. Inacessível e impossível, sem se

importar e distraído... mas meu grande amor de verdade estava lá, em algum lugar. Eu tinha
que acreditar nisso.
Embora soubesse que esse amor impossivél teria quase que obrigatoriamente abrir espaço pra uma outra possibilidade de paz ou de contentamento que seja,contentamento que eu havia encontrado -não sei se feliz ou infelizmente nele- e não tinha mais volta.
Embora a dor continuasse talvez pro resto da minha vida..
Isso era como se alguém tivesse morrido- como se eu tivesse


morrido. Porque isso foi mais do que apenas perder o mais
verdadeiro dos amores, como se isso não fosse suficiente pra matar
alguém. Mas também isso era perder um futuro inteiro, uma família

inteira - toda a vida que eu havia escolhido.

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